
Canabidiol para Ansiedade: Evidência, Esperança e Acesso
03/07/2025
Cannabis Medicinal: uma Nova Era na Saúde Pública e na Justiça Social
15/07/2025O uso de cannabis medicinal tem sido amplamente estudada nas últimas décadas, consolidando seu papel terapêutico no manejo de doenças refratárias, distúrbios neurológicos e condições clínicas que resistem aos tratamentos convencionais. Impulsionada por evidências clínicas robustas, a regulamentação do uso medicinal da planta já é realidade em dezenas de países — e, no Brasil, avança sob regulação da ANVISA e discussão no Congresso Nacional.
Este artigo apresenta uma revisão das principais evidências científicas, com foco em estudos clínicos, revisões sistemáticas e posicionamentos de órgãos internacionais e brasileiros sobre os usos medicinais da cannabis.
✅ Evidências mais consolidadas: epilepsia, dor crônica e espasticidade
As aplicações terapêuticas mais bem documentadas da cannabis se concentram em três grandes áreas:
1. Epilepsia Refratária
Estudos randomizados e controlados demonstraram que o canabidiol (CBD) reduz de forma significativa a frequência de convulsões em pacientes com Síndrome de Dravet e Síndrome de Lennox-Gastaut. O medicamento Epidiolex®, aprovado pela FDA (2018) e pela ANVISA (2020), é um marco na terapêutica da epilepsia resistente.
📚 Referência: Devinsky O et al. “Trial of Cannabidiol for Drug-Resistant Seizures in the Dravet Syndrome.” New England Journal of Medicine, 2017.
2. Dor Crônica e Cuidados Paliativos
Estudos do uso de cannabis apontam que combinações de CBD + THC são eficazes no controle de dores neuropáticas, como em pacientes com fibromialgia, esclerose múltipla, artrite reumatoide e em cuidados paliativos oncológicos.
O spray sublingual Sativex® (nabiximols), aprovado em mais de 25 países, mostrou eficácia na redução da dor e melhora da qualidade de vida.
📚 Referência: Häuser W, et al. “Systematic review with meta-analysis of the cannabinoids in chronic non-cancer pain.” European Journal of Pain, 2018.
3. Espasticidade Muscular
Pacientes com esclerose múltipla se beneficiam da redução de rigidez e espasmos musculares com o uso do Sativex®, evidenciado por ensaios clínicos duplo-cegos.
📚 Referência: Collin C et al. “A double-blind, randomized, placebo-controlled, parallel-group study of Sativex…” European Journal of Neurology, 2010.
🧠 Aplicações emergentes: psiquiatria, autismo e neurodegenerativas
Embora ainda em investigação, diversas condições complexas do uso de cannabis vêm sendo estudadas com resultados promissores:
- Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): estudos brasileiros, como o de Bergamaschi et al. (USP-Ribeirão), mostram que o CBD reduz significativamente a ansiedade em situações de estresse social simulado.
- Autismo: o uso compassivo de óleo de CBD em crianças autistas apresentou melhora em irritabilidade, agressividade, sono e interação social. Projetos como os do Hospital Albert Einstein estão conduzindo ensaios clínicos no Brasil.
- PTSD (transtorno de estresse pós-traumático): pesquisas com veteranos de guerra, em Israel e EUA, indicam melhora no sono e redução de flashbacks com o uso controlado de canabinoides.
- Doença de Alzheimer e Parkinson: estudos pré-clínicos sugerem propriedades neuroprotetoras e anti-inflamatórias do CBD e do THC, com redução da neurodegeneração e melhora de sintomas motores.
📚 Referência: Shannon S et al. “Cannabidiol in Anxiety and Sleep: A Large Case Series.” The Permanente Journal, 2019.
📚 Referência: Aran A et al. “Cannabinoid treatment for autism: a retrospective chart review.” Scientific Reports, 2019.
🌍 Panorama regulatório e internacional
Israel é referência mundial em pesquisa com cannabis medicinal, com mais de 30 mil pacientes autorizados.
Canadá, Alemanha, Portugal e dezenas de estados norte-americanos já regulamentaram o uso terapêutico, com impacto positivo em saúde pública e arrecadação fiscal.
A OMS reclassificou o CBD em 2018, reconhecendo sua eficácia e segurança, recomendando sua exclusão da lista de substâncias controladas da ONU.
No Brasil, a ANVISA publicou a RDC 327/2019, que autoriza a fabricação e comercialização de produtos medicinais à base de cannabis nas farmácias, mediante prescrição.
🇧🇷 Iniciativas nacionais e o papel da Coopercann
A Coopercann Brasil defende a ampliação do acesso a medicamentos derivados da cannabis por meio da produção nacional, redução de custos, suporte a pacientes e fomento à pesquisa clínica com universidades brasileiras. Além disso, atua na articulação de uma política pública justa, que inclua a cannabis no SUS, respeitando rigor científico e segurança regulatória.
🧪 A ciência já deu seu veredito
O corpo de evidências clínicas sobre o uso medicinal da cannabis é robusto nas áreas de neurologia, dor crônica e cuidados paliativos, e promissor em diversos campos emergentes. A medicina baseada em evidências reconhece que os canabinoides são alternativas eficazes e seguras quando indicadas corretamente.
Promover o acesso regulado, ético e inclusivo à cannabis medicinal é uma urgência de saúde pública — e a Coopercann está na linha de frente dessa transformação.
Referências adicionais:
- Organização Mundial da Saúde (OMS), Cannabidiol Critical Review Report, 2018.
- ANVISA, RDC Nº 327, de 9 de dezembro de 2019.
- National Academies of Sciences (EUA), The Health Effects of Cannabis and Cannabinoids, 2017.
- Ministério da Saúde, Nota Técnica nº 11/2020-CGCEAF/DAF/SCTIE.
Coopercann Brasil
A Coopercann acredita na construção de um Brasil mais justo, saudável e desenvolvido por meio da regulamentação responsável da cannabis. Nossa missão é democratizar o acesso à cannabis medicinal e industrial, promovendo inovação, inclusão social e sustentabilidade.
Temos como visão liderar um modelo cooperativo de excelência, que gera impacto positivo na saúde pública, na economia e nos direitos individuais. Nossos valores incluem justiça social, evidência científica, transparência e compromisso com o bem comum. 🌿 Para saber mais sobre nosso trabalho e acompanhar nossas ações, visite o Blog da Coopercann e siga nossas redes sociais.
Juntos, somos a transformação que o Brasil precisa!